10 perguntas que você deve responder antes de investir em franquias


Conheça seu perfil e avalie as finanças antes de escolher sua franquia


Atualmente, o Brasil tem 3073 redes franqueadoras e mais de 138 mil unidades franqueadas, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Em 2015, as franquias brasileiras faturaram R$ 139 bilhões, um crescimento de 8,3% em relação ao ano passado. As franquias são opção para muitos empreendedores que querem ter o próprio negócio sem começar uma marca do zero. Antes de investir, no entanto, é preciso avaliar seu perfil, fazer uma análise financeira, e conversar com outros franqueados. Com a ajuda de Paulo Mendonça, diretor de Capacitação da ABF Rio, Pequenas Empresas & Grandes Negócios formulou 10 perguntas que você deve fazer antes de investir em franquias.


1. Estou buscando apenas uma alternativa para meu antigo emprego que bancava minhas despesas?
Se este é o seu caso, é bom repensar. “Franquia não pode ser confundida com remuneração fixa. Não existem garantias de que o negócio vá gerar renda suficiente para o franqueado”, diz Mendonça. A dica é avaliar se você realmente tem perfil empreendedor e está disposto a trabalhar até mais do que como empregado para fazer o negócio dar certo.

2. Gosto de criar coisas novas, fazer o que vem na cabeça e inventar?
Os franqueados geralmente são operadores das franquias, ou seja, são os responsáveis pela operação de uma unidade. Isso significa que eles não têm muitas possibilidades de criar coisas novas ou mudar os padrões da rede. “Se o candidato tem perfil de empreendedor afeito a criação e implementação de suas próprias ideias, franquia não é uma alternativa”, diz.

3. Tenho capital suficiente para a franquia, sem comprometer o sustento da minha família?
Mais uma vez, franquia não é garantia de sucesso. Por isso, não aposte todo seu capital no negócio. O ideal é ter de duas a três vezes o valor indicado como investimento inicial. “O franqueado precisa ter reservas para encarar os primeiros meses do negócio que, via de regra, leva algum tempo para começar a operar com lucro. Investir todas as economias pode colocar o candidato e sua família em maus lençóis”, afirma Mendonça.

4. Escolhi a franquia só pelo retorno prometido?
Não se iluda com promessas de retorno rápido. É preciso ter identificação e gostar da marca. O contrário também é válido: não escolha uma marca só porque gosta e consome. É preciso se imaginar do outro lado e avaliar se realmente está disposto a trabalhar nos horários exigidos, lidar com clientes e funcionários e cuidar das finanças. “Se o candidato também não se identifica com os processos estabelecidos pela franqueadora ele, provavelmente, ficará muito insatisfeito”, diz.

5. Não tenho experiência em negócios e quero um modelo fácil de gerenciar?
Nenhum negócio caminha sozinho. O papel do franqueado é garantir que a operação gire e traga retorno. “Não existe negócio ‘autogerenciavel’. Todos requerem a presença do franqueado à frente dos negócios para que ele alcance os resultados planejados, por mais completos que sejam os manuais entregues pela marca”, diz Mendonça.

6. Estou preparado para trabalhar horas extras diariamente?
Muitos se enganam ao pensar que ter um negócio vai proporcionar uma rotina mais tranquila, com horários flexíveis e mais tempo com a família. O fato é que os empreendedores costumam viver o contrário: muitas horas de trabalho e pouco descanso. “Muita dedicação e horas de trabalho serão demandadas do franqueado para fazer a roda girar no início da operação. Se não houver pré-disposição para o trabalho duro, duas coisas podem acontecer: ser surpreendido pela suspensão da vida pessoal ou a derrocada prematura do negócio”, diz.

7. Aceito acompanhamento e supervisão do meu trabalho?
Uma das características mais fortes das franquias é a padronização. De produtos a procedimentos, tudo deve seguir as orientações do franqueador. Para garantir que isso aconteça, é comum que os franqueados recebam visitas de consultores de campo e tenham algum tipo de supervisão. “A operação do negócio do franqueado será consistentemente monitorada, recebendo, quando necessário, os feedbacks para correção do que está fora das conformidades.”

8. Gosto de trabalhar com gente?
Se você respondeu sim, deve fazer mais uma pergunta: vai se sentir bem se relacionando com pessoas mesmo que elas te tragam problemas? “Poucas são as opções de franquias em que o franqueado trabalhará sozinho. Gostar de gente é fundamental, sejam elas colaboradores ou clientes”, explica Mendonça.

9. Tenho vocação para gerar experiências inesquecíveis para os clientes?
Se sua intenção é fazer apenas o básico, é bom repensar. “Satisfação do cliente é default. Se o franqueado acha que cumprir os padrões de atendimento determinados pela franquia por si só basta, é provável que ele tenha problemas com clientes”, diz Mendonça. Mais do que atender bem, é preciso causar impacto, gerar encantamento e conquistar o cliente.

10. Sou aberto ao processo de desenvolvimento profissional e pessoal constante?
Mesmo com regras bem definidas, as franquias passam por mudanças e é preciso estar disposto a mudar. “Nenhuma franquia vive alheia ao mundo à sua volta. Mudanças são uma constante e, consequentemente, as marcas atualizam seus produtos e processos. Se o candidato não gosta de participar de reciclagens periódicas, a performance do seu negócio ficará, provavelmente, abaixo da média”, diz.


Esta é uma matéria da PEGN e você pode conferir o original clicando aqui